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  • Foto do escritorNael Rosa

Após TJ-RS invalidar sentença, Miróca e Armandinho voltarão ao banco dos réus pelas mortes de Neco e Hermínio



 Após serem condenados em março de 2020, os irmãos Edelmiro e Armando Mendonça Furtado, 49 e 54 anos respectivamente, voltarão ao banco dos réus no dia 10 de julho, em Pelotas.


Eles novamente serão submetidos ao conselho de sentença, por terem assassinado os também irmãos, Herminio da Rosa Ávila, à época do crime com 33 anos, e Horaci da Rosa Ávila, 36, no Corredor do Kubitschek, 4ª Distrito, zona rural de Piratini, em 2 de  março de 2016, quando as vítimas foram executadas com vários tiros, constatação de Rafael Vitola Brodbeck, delegado titular da cidade, e que esteve à frente do inquérito.

 

 A punição anterior: 23 anos e nove meses para Edelmiro, o Miróca, e 18 anos para Armandinho, foi invalidada, bem como o julgamento, após a defesa dos réus alegar que, durante o julgamento, foi usado um termo em desacordo com o permitido, sendo este argumento aceito pela instância superior da Justiça.


“O que foi dito e por quem foi dito, eu não sei, mas os debates entre defesa e acusação são acalorados e, às vezes, isso pode acontecer, sendo isso usado pelos defensores dos acusados para invalidar o julgamento e a decisão do corpo de jurados”, disse Rodnei Flores, advogado que atuará como assistente do promotor Márcio Schlee Gomes, que, novamente, assim como no primeiro júri quando esteve ao lado do também promotor, José Olavo dos Passos, tentará a condenação dos acusados que se encontram em liberdade há três anos.

 

A decisão de realizar o primeiro julgamento fora da comarca onde os homicídios aconteceram, foi a ausência de segurança compatível com a comoção causada na comunidade, e, uma vez isso tendo acontecido, obrigatoriamente o novo júri tem que acontecer em Pelotas.

 

“O Fórum não possui material humano para gerir um julgamento dessa proporção e nem a segurança necessária, por ter estes crimes sido responsável por uma grande comoção popular”, justificou à reportagem do Jornal Tradição Regional, em 2019, Igor Guerzeroni Hamade, titular da comarca piratiniense e responsável por pedir ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, (TJ-RS) a transferência para a cidade pelotense.

 

Quanto à alegação de terem matado Hermínio e Horaci por legítima defesa, ao ser inquirido neste sentido pela reportagem, Brodbeck respondeu:

 

“Já a partir das primeiras conclusões da perícia, passei a duvidar desta alegação dos então suspeitos. Indo além, mais tarde, tive convicção do que houve na cena do fato foi, na verdade, uma execução”. Ele acrescentou:


“Inicialmente não tínhamos motivos para duvidar da versão do policial envolvido, afinal, na região ocorriam muitos crimes de abigeato. Mas as informações iniciais dos peritos me fizeram começar a pensar que o argumento dado por ele não era verdadeiro, pois além do constatado, também o ouvi em depoimento”.


 Brodbeck referiu-se às incoerências no depoimento de Miróca, preso nove dias após os assassinatos, quando ainda era soldado da Brigada Militar, função que, em um primeiro momento, perdeu ao ser condenado quatro anos depois. Parte da declaração do policial teve a afirmativa de que as vítimas praticavam roubo de gado na região, tendo inclusive furtado um bovino da propriedade da família. Armandinho foi encarcerado horas depois, em 12 de março, ano das execuções.

 

Em junho de 2019, o JTR buscou a posição da defesa dos irmãos posteriormente responsabilizados pelos crimes. Os advogados criminalistas, Ricardo Cantergi e Rodrigo Vieira, mantiveram a tese não aceita pelo delegado.


“Não houve um crime, portanto, nossos clientes são inocentes e estamos convictos disso. Asseguramos que a verdade será descortinada para os integrantes do corpo de jurados e para a comunidade de Piratini. Há falhas no inquérito e detalhes do que efetivamente aconteceu naquela noite, e isso será revelado”, assegurou Cantergi.

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Horaci, que era conhecido por Neco, e também Hermínio, eram extremamente queridos na comunidade. O episódio gerou revolta em boa parte da comunidade que, 24 horas após suas mortes, se reuniu em frente à Delegacia de Polícia e, com faixas, cartazes e gritando palavras de ordem, pediu justiça, exigindo também uma manifestação do delegado Rafael Brodbeck, sobre o caso.


Neco, que era músico e agricultor, deixou a esposa Aline da Rosa Ávila e a filha Gabriele, hoje com 9 anos.


 Hermínio, que também era agricultor, deixou a viúva, Alda Domingues da Cruz, e um casal de filhos: Jhulia, atualmente com 19 anos, e Ruan, que perdeu o pai com apenas 9 anos, estando agora com 17 anos.

 

Fonte: Jornal Tradição

 

 

 

 

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